terça-feira, 3 de abril de 2007

Sair do castigo

Como poderei actuar de hoje em diante para aliviar a pena, reduzir o castigo, minorar a dor, ou será que quanto mais fujo mais os dentes rasgarão a pele e dilacerarão a carne? Já não consigo ouvir a voz dos velhos do Restelo, desisto desse pensamento tortuoso em que os cães ladram e caravanas vejo, num deserto de betão poeirento desta aldeia fantasma. Oblitero-me a língua em terrível masoquismo verbal, e calo-me, faço o silêncio dos inocentes, escondo-me, entre dentes, de um sorriso.
Se pudesses ver a luz de onde me encontro, saberias que o Sol quando nasce de um lado, se esconde do outro, mas é natural, como a sede que tenho de ti. Castigo, enquanto o pau vai e vem...

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